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Vício em Pornografia: Um Assunto Sério Que Merece Escuta e Acolhimento

  • Foto do escritor: Lelah Monteiro
    Lelah Monteiro
  • 18 de abr.
  • 4 min de leitura

A pornografia sempre esteve cercada de polêmicas, tabus e julgamentos. Mas, longe dos extremos — de quem a demoniza ou de quem a banaliza — existe um ponto que precisa ser tratado com seriedade e empatia: quando o consumo de conteúdo pornográfico se torna um vício e começa a afetar a vida emocional, sexual e relacional de uma pessoa.

É sobre isso que vamos falar neste post. De forma cuidadosa, acolhedora e sem julgamentos. Se você sente que está enfrentando essa dificuldade ou conhece alguém que esteja passando por isso, continue a leitura. Você não está sozinho(a).



O que é o vício em pornografia?

O uso de pornografia em si não é necessariamente um problema. Muitas pessoas a consomem de forma esporádica e consensual, como parte da sua vida íntima.

O problema começa quando o consumo se torna frequente, compulsivo e interfere diretamente na rotina, nos relacionamentos e na forma de lidar com o próprio corpo e com o desejo.


Alguns sinais de alerta para o vício em pornografia incluem: 

🔸 Sentir necessidade constante de assistir, mesmo sem vontade real. 

🔸 Usar como fuga emocional (para lidar com estresse, solidão ou ansiedade). 

🔸 Perda de interesse pelo contato íntimo com o(a) parceiro(a). 

🔸 Sentimentos de culpa, vergonha e perda de controle. 

🔸 Prejuízos na rotina, como atrasos, perda de produtividade e distanciamento social.


O vício em pornografia não é sobre desejo em excesso, mas sobre a dificuldade de lidar com emoções profundas que acabam sendo canalizadas em comportamentos repetitivos e automáticos.



Por que isso acontece?

A pornografia oferece estímulo fácil, rápido e constante — e o cérebro responde a esses estímulos com uma descarga de dopamina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer.

Com o tempo, o cérebro pode se “acostumar” a esse nível de estímulo e passar a buscá-lo cada vez mais. Isso pode gerar tolerância, ou seja, a pessoa precisa de mais conteúdo (ou de conteúdos mais intensos) para ter o mesmo efeito.


É nesse ponto que o consumo pode virar compulsão. E como todo comportamento compulsivo, ele se torna um recurso para fugir de sensações desconfortáveis — medo, tristeza, vazio, frustração.



Impactos do vício em pornografia


Esse comportamento, embora muitas vezes silencioso, pode afetar diferentes áreas da vida:


💔 Nos relacionamentos:

  • Diminui o desejo sexual pelo(a) parceiro(a).

  • Gera expectativas irreais sobre o corpo, o prazer e o contato íntimo.

  • Cria distanciamento emocional e quebra da intimidade.


🧠 Na saúde mental:

  • Alimenta sentimentos de culpa, vergonha e inadequação.

  • Pode intensificar quadros de ansiedade, depressão e baixa autoestima.


🧍‍♂️ Na vida pessoal:

  • Reduz motivação para atividades do dia a dia.

  • Diminui a capacidade de lidar com frustrações e emoções reais.

  • Pode causar isolamento social.



E como sair disso? Caminhos possíveis

A boa notícia é que sim, é possível tratar o vício em pornografia e resgatar uma relação mais saudável com o prazer, com o próprio corpo e com o outro. Mas isso exige coragem, paciência e, acima de tudo, acolhimento.

Aqui vão alguns passos importantes nesse processo:

✨ 1. Reconheça o problema sem se julgar

O primeiro passo é observar o seu comportamento com honestidade. Perceber o quanto isso tem afetado sua rotina, seus sentimentos e suas relações. Mas atenção: evite cair na armadilha da culpa. O julgamento só alimenta o ciclo de vergonha que leva à repetição do comportamento.

✨ 2. Identifique os gatilhos emocionais

Muitas vezes, a pornografia não é sobre desejo, mas sobre fuga. 🌀 Está recorrendo a ela quando se sente sozinho(a), ansioso(a), frustrado(a)? Mapear esses gatilhos ajuda a criar consciência e interromper o padrão automático.

✨ 3. Substitua o hábito por novas fontes de prazer e conexão real

Não se trata de apenas “parar”, mas de criar novas rotinas que estimulem o bem-estar de forma genuína:

  • Prática de atividade física

  • Meditação e respiração consciente

  • Hobbies que tragam prazer

  • Encontros reais, conexões emocionais

✨ 4. Busque apoio profissional

A terapia é um espaço seguro, sem julgamento, onde você pode entender a origem desse comportamento, lidar com as emoções que estão por trás dele e construir uma nova forma de se relacionar com o prazer.

Seja por meio da terapia individual ou terapia sexual, esse é um caminho possível — e transformador.



O papel da terapia nesse processo

Muitas pessoas chegam ao consultório carregando vergonha e medo de não serem compreendidas. Mas o que encontram é um espaço de escuta, empatia e reconstrução.

Na terapia, você pode: 

✔️ Trabalhar sua autoestima 

✔️ Ressignificar sua relação com o prazer e o toque 

✔️ Aprender a se comunicar melhor nos relacionamentos 

✔️ Desenvolver estratégias práticas para lidar com os gatilhos e impulsos 

✔️ Reconstruir sua conexão com o corpo e com o outro


Falar sobre vício em pornografia é importante, é necessário e é urgente. Não para reforçar tabus, mas para lembrar que ninguém precisa viver com vergonha do que sente ou do que consome. O que importa é o impacto disso na sua vida — e o que você escolhe fazer a partir do momento em que percebe que algo não vai bem.

Se você sente que está nesse lugar, saiba: tem como sair. Você não está sozinho(a), e não precisa passar por isso em silêncio.


📌 Quer conversar mais sobre isso ou entender melhor o que está por trás do seu comportamento? Agende uma sessão — vamos construir esse caminho juntos, com acolhimento e consciência.

 
 
 

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